Ainda o Natal
Têm passado pelo Terreiro do Paço? Que lindo! Hoje dia 30 de Janeiro, a estrutura metálica da famosa árvore de Natal do Millennium BCP continua imponente a dominar aquela zona dos subúrbios de Lisboa onde de facto, ninguém passa. Ou quem passa não vê! Pior, os seus artífices que estão há 30 dias a tentar demovê-la daquele local inóspito, atacam sandes de paio e Super Bocks bem geladas escalando a própria estrutura da árvore, quais andaimes de Jesus Christ Superstar, sem pressa para nada, uma vez que Cristo nasce e ressuscita todos os anos. É este o País que temos. É esta a maior praça mais imponente e deslumbrante de uma capital europeia. Só um povo como o nosso permite os mais variados ímpetos comerciais de um banco privado, como permite a demora imperial em fazer desaparecer o mamarracho de ferro antes do próximo Natal. Notável. Devo ter lido pelo catecismo errado. Para mim o Natal é sobretudo tempo de dar aos outros, não de receber, de recolher, de amealhar euros nas caixas fortes do banco. Que outro intuito se não o comercial teria o BCP? Aproveitar a quadra para ajudar realmente quem mais precisa na cidade? Centenas de crianças, de idosos, de pessoas sós? Ou encaixar à conta da maior árvore de Natal da cidade, que já por si deve ter custado uma fortuna, um cem número de novos adeptos? E que tal distribuir esse montante transformado em ferro e luzes pelos outros? Os OUTROS com maiúsculas? De facto parece-me que há mesmo quem não distinga Natal de Carnaval.
Têm passado pelo Terreiro do Paço? Que lindo! Hoje dia 30 de Janeiro, a estrutura metálica da famosa árvore de Natal do Millennium BCP continua imponente a dominar aquela zona dos subúrbios de Lisboa onde de facto, ninguém passa. Ou quem passa não vê! Pior, os seus artífices que estão há 30 dias a tentar demovê-la daquele local inóspito, atacam sandes de paio e Super Bocks bem geladas escalando a própria estrutura da árvore, quais andaimes de Jesus Christ Superstar, sem pressa para nada, uma vez que Cristo nasce e ressuscita todos os anos. É este o País que temos. É esta a maior praça mais imponente e deslumbrante de uma capital europeia. Só um povo como o nosso permite os mais variados ímpetos comerciais de um banco privado, como permite a demora imperial em fazer desaparecer o mamarracho de ferro antes do próximo Natal. Notável. Devo ter lido pelo catecismo errado. Para mim o Natal é sobretudo tempo de dar aos outros, não de receber, de recolher, de amealhar euros nas caixas fortes do banco. Que outro intuito se não o comercial teria o BCP? Aproveitar a quadra para ajudar realmente quem mais precisa na cidade? Centenas de crianças, de idosos, de pessoas sós? Ou encaixar à conta da maior árvore de Natal da cidade, que já por si deve ter custado uma fortuna, um cem número de novos adeptos? E que tal distribuir esse montante transformado em ferro e luzes pelos outros? Os OUTROS com maiúsculas? De facto parece-me que há mesmo quem não distinga Natal de Carnaval.
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