segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ainda o Natal

Têm passado pelo Terreiro do Paço? Que lindo! Hoje dia 30 de Janeiro, a estrutura metálica da famosa árvore de Natal do Millennium BCP continua imponente a dominar aquela zona dos subúrbios de Lisboa onde de facto, ninguém passa. Ou quem passa não vê! Pior, os seus artífices que estão há 30 dias a tentar demovê-la daquele local inóspito, atacam sandes de paio e Super Bocks bem geladas escalando a própria estrutura da árvore, quais andaimes de Jesus Christ Superstar, sem pressa para nada, uma vez que Cristo nasce e ressuscita todos os anos. É este o País que temos. É esta a maior praça mais imponente e deslumbrante de uma capital europeia. Só um povo como o nosso permite os mais variados ímpetos comerciais de um banco privado, como permite a demora imperial em fazer desaparecer o mamarracho de ferro antes do próximo Natal. Notável. Devo ter lido pelo catecismo errado. Para mim o Natal é sobretudo tempo de dar aos outros, não de receber, de recolher, de amealhar euros nas caixas fortes do banco. Que outro intuito se não o comercial teria o BCP? Aproveitar a quadra para ajudar realmente quem mais precisa na cidade? Centenas de crianças, de idosos, de pessoas sós? Ou encaixar à conta da maior árvore de Natal da cidade, que já por si deve ter custado uma fortuna, um cem número de novos adeptos? E que tal distribuir esse montante transformado em ferro e luzes pelos outros? Os OUTROS com maiúsculas? De facto parece-me que há mesmo quem não distinga Natal de Carnaval.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Que Cansaço!

Se eu mandasse neste país proibia outdoors políticos. Estamos fartos até à raiz dos cabelos das carantonhas dos nossos manda-chuvas, a decorarem Lisboa em cada esquina ou semáforo vermelho. E quanto custam os retratos? Quantos milhares de euros para nos venderem, não as ideias, nem os projectos, mas simplesmente a fronha da cada um? Quantas escolas, hospitais, estradas sem portagens inflacionadas pelo IVA , ficaríamos a ganhar? Venha alguém com coragem que, de uma vez por todas, faça “delete” nas poses dos candidatos que nos cansam os olhos e a mente e proponha outras formas de convencer a malta – debates, panfletos, tempos de antena mais alargados, colóquios, comícios, o que se quiser! O País inteiro feito caderneta de cromos a pretexto das europeias, legislativas, autárquicas, presidenciais é muito maçador! E onde estão agora os nossos canteiros com flores, as varandas dos prédios, as fontes das vilas, as esquinas de onde se espreitava o rio? Onde estão as estradas de sobreiros, as planícies alentejanas, os caminhos da praia desertos de ideias e de slogans amachucados que nos aceleram o pulso? Estamos fartos, caramba!

Não me admira que se tentem suicidar da Ponte 25 de Abril abaixo. Com o devido respeito pelas psicoses de cada um, mas, se calhar quem o fez , ou tentou fazer, também já não aguentava mais cumprimentar estes senhores todos os dias. Tédio, repulsa, cansaço de um rectângulo forrado de posters, qual refúgio de adolescente de acne e voz às fífias.

Outra coisa que me cansa são os polícias. Cansam-me e saem-me caros! Sou rebocada/ multada /bloqueada, todas as semanas. Vou eu no meu mais nobre propósito profissional (ainda se fosse flanée, mas não) e zuca andam à procura do meu carro mal estacionado, com uma lupa. Sei que andam. Cumprimento todos os dias o agente da Polícia Municipal que já me dispensou de apresentar os documentos - conhece-os de cor e salteado – “coitadita da senhora, também é azar, valha-me Deus” - sonso! Deus não é chamado á esquadra destes sonsos! Desconfio que é ele próprio que já me decorou e me persegue pelos mais recônditos passeios e esquinas para me desafiar, julgando que desisto…não me vencem, garanto-vos. A minha amiga Margarida ficou sem carta por estar a falar ao telemóvel numa fila parada entre Sintra e Lisboa. Pagou 120 € de multa e mesmo assim, tal era o crime , não fosse ela fugir ou repeti-lo, rapinaram-lhe o direito de conduzir. Como mora em Sinta e trabalha que se desunha pelas crianças nos hospitais acho que conseguiram o pleno. Parabéns! E já agora: Continuem impávidos a deixarem as nossas crianças serem atropeladas , roubadas, maltratadas em frente às escolas particulares ou públicas enquanto andam de Tom e Jerry numa gincana por Lisboa, escondidos atrás dos contentores de lixo e dos cartazes dos nosso heróis, à procura do meu carro …

terça-feira, janeiro 17, 2006

. Hospitais - Uns Esperam, outros Deseperam

Pode não ser um tema apropriado para as primerias "frase da lua" mas fica a reflexão do estado caótico da saúde em Portugal. O meu dia de hoje dividido em três fases - frases - Hospitalares

1. Morre um jovem de 17 anos no Hospital Pulido Valente vitima de uma doença rara. A família a braços com o luto, a perda e a dor debata-se com o problema logístico de não ter possibilidadade de cremar o corpo do filho, uma vez que na CML o crematório não tinha vaga se não lá para o fim da semana. Valeram as "cunhas" e as pessoas colocadas nos sítios chave. O problema dos portugueses é uns terem a quem recorrer, outros recorrerem à ineficácia e à burocracia estatal. Os primeiros esperam os segundos desesperam. A isto chamamos igualdade de oportunidades.

2. Já alguém visitou - com olhos de ver - o Hospital Reynaldo Dos Santos em Vila Franca de Xira? Pois se gostaram do Lisboa - Dakar - este não lhe fica atrás.Um labirinto de ruelas mal alcatroadas para se lá chegar. O parque de estacionamento, em terra batida, lama, folhas e pedregulhos desfia a paciencia do condutor do mais poderoso jeep, que anseia já por um final feliz. A sala de espera que aguardamos ansiosmente depois da aventura da "aterragem" da nave em terreno inóspido, não terá mais de 30, 40 metros quadrados, sendo que no mínimo está ocupada em permananencia por quase cem pessoas, crianças inclusive...
Às três da tarde não avistei úma unica enfermeira. Pedi uma informação às empregadas da limpeza, que me rugiram algo entre dentes e... foi tudo... Fica aqui um alerta à Senhora Presidente da Câmara de Vila Franca e ao Governo, em especial ao Ministério da Saúde. Ota , TGV que mais ? Para quando este novo Hospital que serve quase todo o Ribatejo. Há pelo menos dez anos que não passa do plano? Uns esperam... outros desesperam...

3. Num Hospital Particular em Lisboa, uma pessoa de famíia teve de se sujeitar a uma pequena intervenção cirurgica. Tendo essa pessoa uma vida profissional muito activa, lá fez das tripas coração quando o médico a avisou que teria de permanecer no dito hospital pelo menos uma noite, visto tratar-se de uma anestesia geral. Foi-lhe também dito que no dia da intervenção teria de se dirigir ao "local do crime" às sete e meia da manhã, em ponto! A custo lá se convenceu, adiando todas as reuniões do dia e, às sete e meia da manhã, pontualmente apresentou-se ao " serviço". Pois não é que esperou em jejum, sem ter visto vivalma a não ser um enfermeiro que lhe veio medir a tenção, das ditas sete e meia da manhã até às quatro e meia da tarde - nove arrastadas horas - altura em que chegou uma maca apressada que apressada o levou para o bloco! No dia seguinte a história repetiu se. " Pode sair às oito e meia da manhã"... a esperança é a última a morrer e, lá esperou o dito convalescente até às 13H30 para finalmente o médico, que prometeu vir de madrugada, lhe dar alta. Uma questão de timmings. O timming dos médicos particulares dos hospitais particulares é diametralmente diferente dos não- médicos pessaas comuns, comuns mortais como nós. Contra a ansiedade não há ainda remédio que se prescreva. Uns esperam... outros desesperam...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Dance with the Devil

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'Have you ever danced with the devil in a pale moonlight?' ...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

"Open wide your door now, 'tis the god of love"

Pierrot cried in answer by the pale moonlight
"In my bed I'm lying, late and chill the night
Yonder at my neighbor's, someone is astir
Fire is freshly kindled - get a light from her."

To the neighbor's house then by the pale moonlight
Goes our gentle Lubin to beg a pen to write
"Who knocks there so softly?" Calls a voice above
"Open wide your door now, 'tis the god of love"

Seek they pen and candle in the pale moonlight
They can see so little, dark is now the night
What they find in seeking, that is not revealed
All behind her door is carefully concealed

Antiga canção tradicional.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Que te quero

Não me canso de estender as mãos à Lua
na esperança de um dia a tocar.