quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Digo Nâo!

Digo Não ao aborto e faço-o por três razões todas implícitas na pergunta que vai ser feita aos Portugueses no dia 11
1. Se deve ou não a mulher interromper a sua gravidez. Leia-se: praticar um aborto por sua livre vontade. Considero que desde o momento da concepção existe vida humana dentro da mulher, como tal será aceitável violar o 1º dos direitos humanos – o direito à vida? Não! O aborto é mau para a mulher. A mulher, futura mãe, mata conscientemente o filho que ainda não se pode defender.
2. Se deve ou não a mulher ser penalizada por praticar o aborto até às 10 semanas. Ninguém goste de ver mulheres no banco dos réus, mas nada disto muda se o sim ganhar. Uma mulher que pratique o aborto às dez semanas e um dia, irá da mesma forma ser sujeita a um julgamento e à consequente pena. Deve haver pena sim, antes ou depois das 10 semanas, trabalho comunitário, ajuda social o que for e se for caso disso. Pois se nós, automobilistas, ultrapassarmos o limite de velocidade somos punidos, se matarmos o nosso filho, não?
3. Se deve ou não o Estado financiar com os nossos impostos a prática do aborto no SNS. Eu não quero com os meus impostos patrocinar a morte mas sim ajudar à vida. Ajudar à vida no apoio às mais de 100 instituições que estão no terreno a dar a mão a quem mais precisa, ajudar à vida contribuindo com os meus impostos para salvar aqueles doentes que esperam por vezes mais de um ano para ser operados (222 000 aprox.) ajudar à vida a comparticipar nas vacinas de prevenção do cancro, da meningite e outras que ainda não são comparticipadas pelo Estado.

Por estas três razões: porque defendo o direito á vida, porque considero que não se trata de despenalização mas de liberalização e porque não quero financiar a morte de mais de 23 000 bebés que vão ser privados de nascer, voto Não no dia 11

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Outras Luas

1. A Lua de Joana de Maria Teresa Gonzalez, está agora teatralizada pela Artyaplausos em Carnide ( Cento Cultural Franciscano no Largo da Luz), e vale a pena, por várias e boas razões : O texto muito bom e apelativo pela sua simplicidade, vai ao encontro das tentações dos jovens da nossa geração. A dramatização é excelente com uma interpretação fora de série, da actriz Filipa Oliveira ( Joana), mas também uma muito boa prestação, do Rui Simões e da Mara Galinho, todos conhecidos do publico jovem, pela participação nos Morangos com Açúcar. De salientar a dedicação e empenho da Artyplausos, lutando contra tudo e todos para levar a cabo esta peça sem qualquer apoio do estado, o que já vem sendo raro, num país como o nosso, em que a cultura nasce, vive e morre de subsídio ou da falta dele. Espectáculos ao sábado às 21H30 e domingo às 16H. Não deixem de ir sobretudo quem tem filhos jovens e percebe que as vozes, outras vozes, são de facto tentadoras.

2. Referendo. A maior parte não tenciona ir votar o que é lamentável. O que referenda um referendo se a população se abstém de expressar a sua opinião? Esgrimem-se argumentos de parte a parte e ainda outros tantos argumentos muito fortes pela abstenção: não há instituições capazes, a adopção é um marasmo, o estado não sabe, não pode, não quer ajudar de uma forma efectiva estas mães e estas crianças que não pediram para vir ao mundo… Para quê ir votar?

Pior do que a vitória do sim, é a vitória da abstenção, porque ela significa que ninguém luta realmente por nada, demitem-se, já nada vale a pena. Como defensora do “não”, continuo a bater -me pelo direito à vida. Quer queiram quer não é disto que se trata: violar o mais elementar dos direitos humanos - o direito à vida. Tudo o resto vem depois. Quantos casais esperam anos pela adopção de uma criança e a resposta do segurança social é sempre a mesma: “não há assim tantas crianças adoptáveis”… Melhor do que a voz de qualquer mandatário, qualquer texto bem escrito, qualquer argumento legal, é a voz daquelas tantas mães que, muito jovens ainda, resolvem levar a gravidez indesejada para a frente. Peço-vos que antes de decidirem ouçam, sintam o amor com que criaram os filhos, ouçam, sintam as dificuldades que passaram, mesmo com um pai inexistente, mesmo com vergonha e medo. Elas conseguiram. Nós estamos cá para lhes dar a mão. Para quê matar, então?

sexta-feira, outubro 20, 2006

Fuga

Experimentem ter uma fuga de gás em casa. Aliás nem é preciso experimentar porque mesmo que não tenham, a GDP vai arranjar uma. E não é difícil, o manómetro detecta sempre uma fuga. Haja ou não. Nós ficamos em pânico a imaginar uma explosão e a casa pelos ares à boa maneira do lobo mau, o que não é estranho… estranho é o facto de o “lobo mau” se revelar a própria GDP que por qualquer ninharia como seja mudar o nome do assinante para o nome do inquilino, ou apenas a morada, tudo serem motivos suficientes para fazer avançar uma brigada, que, coçando a pêra e esboçando um olhar trágico promulga a sentença final: “ os senhores têm uma fuga”. - E como posso reparar a fuga e voltar a ter gás para cozinhar, tomar banho, enfim, trivialidades? – Pergunto eu. - Isso só falando com esta e aquela empresa para a coisa ficar arrumada - responde o técnico entregando-me uma lista já feita de várias empresas com os respectivos telefones à frente… só que a fuga nunca é como imaginamos nem onde imaginamos. Há que esperar pelo pedreiro da nossa confiança, que também apresenta um taxímetro na cabeça, e que depois de partir a parede fica à espera que chegue o famoso técnico, da famosa empresa recomendada pelo GDP para que, munida de um aparelho que injecta gás na canalização, se detecte a fuga. O pior é que a dita empresa compromete-se a enviar o técnico às 8 da manhã e nada, às 9 está a caminho, às 10 continua a caminho e às 11 e meia chega enfim para começar a injectar gás sem sequer pedir desculpa. Bem sabemos que o homem não tem o dom da ubiquidade e são tantos os pedidos que não há mãos a medir. Lá começa a deitar gás mas eis que depois de dois minutos o gás acaba e…” bem vê, tenho que ir buscar mais gás lá fora mas… já é hora do almoço e há que almoçar… só depois do almoço, tenha paciência”. … À hora em que escrevo este bloggue o técnico da empresa continua a almoçar eu a desesperar.Não sei se a fuga é só aquela, se o gás da segunda remessa vai ser suficiente, quanto vou pagas, quanto me cobra o pedreiro de confiança e se vou poder voltar tomar banho quente e quando…
E depois dizem que não há interesses, corrupção, manipulação e roubo, quem ganha com isto? Muitos todos. Eu perco, pelo menos a fuga não me incomodava tanto.

quinta-feira, setembro 07, 2006

oferta de emprego

Mas porque raio os portugueses não querem trabalhar? Tenho andado numa azáfama a angariar professores de inglês e nada … depois de se mostrarem totalmente disponíveis nas pomposas cartas de apresentação que nos enviam, começam logo ao primeiro telefonema a fazer marcha atrás - os horários são pequenos, o preço hora curto, a escola longe… é preferível manterem-se no subsidio de desemprego, só se houver uma maneira de receber o ordenado sem passar recibo - pois bem vê que a vida está difícil, é melhor continuar a receber pelo desemprego… mais proveitoso compreende - as excepções escasseiam. A essas que se dispõe de sorriso na cara a dar aulas de inglês ao 1º ciclo não se importando com os 90 km ou mais diários que têm por vezes de percorrer para chegar à escola, sem pedirem à cabeça qualquer extra para a gasolina e agradecidas por terem arranjado emprego, os meus parabéns! são uma espécie de professoras em vias de extinção! Estas sim merecem ordenado a dobrar só pelo facto de sorrirem quando lhes chega uma simples oferta de emprego! Haja mais portugueses assim!

segunda-feira, julho 10, 2006

Histeria Colectiva

Como é possível parar de vez, não uma família, uma casa, uma cidade; não um país, não um continente, mas o mundo inteiro por causa do Futebol? Não desgosto do futebol em si, Ok… até me entretive na onda verde e vermelha do nosso país embandeirado e em festa; foi sem duvida alguma uma excelente prestação da nossa equipa mas, caramba! Que raio se passava, ontem, dia 9 em Berlim? Não digo em Lisboa onde, com a chegada da “Alma Lusa”, para ir e voltar do aeroporto, em trabalho, foi um caso sério, esperável, mas sério, perdi 3 horas a mais. Mas em Berlim, na Alemanha, o país que faz gala em se considerar o país mais organizado da Europa?

Hotéis nem vê-los! Consta que as empresas americanas fizeram-se valer dos seus galões e puseram-se, meses atrás, a comprar todos os quartos disponíveis para oferecerem a clientes a quem queriam a brindar com uma presença na final. Estradas, auto estradas e aeroportos totalmente entupidos de gente de todas as cores, formas, feitios, nacionalidades e credos, ansiando qualquer coisa, nem que fosse uma televisão. Parece que o mundo inteiro desabou na Alemanha. Será caso par tanto? Nenhum grupo rock, orador, cientista, politica, génio ou astronauta seria capaz de semelhança proeza. Mas, com franqueza, será caso para tanta histeria colectiva? Ainda que fossem os italianos e os franceses, mas não! O povo todo desaguou em Berlim. Foi caso para deterem os passageiros que por motivos de trabalho, férias ou aulas no estrangeiro tinham forçosamente que se ausentar no dia 9 da Alemanha e foram forçados a esperar mais de 10 horas nos aeroportos, rojando-se pelos bancos apinhados de gente. Crianças, bebés, adolescentes presos dentro da aeronave horas e horas a fio (porque com o check in feito já ninguém pode sair do aeroporto! Havia de ser comigo!) para obter espaço aéreo para que o avião levantasse. Será que no futebol e pelo futebol vale tudo, tudo mesmo? Espanta-me! Sobretudo espantam-me os alemães! Que se enxerguem e deixem de uma vez por todas a pose sobranceira de povo dono do mundo que nos dá valiosas lições em organização!

quarta-feira, maio 31, 2006

Quem não tem voz

Daqui por uns anos nada nos garante que Eça de Queiroz não venha a ter razão na sua conspiração / premunição do incesto: casaremos irmãs com irmãos, filhas com pais biológicos, mães com filhos (Édipo! Cá está ele de novo, imbuído do verdadeiro choque tecnológico) quem sabe? Seremos potencialmente herdeiros de grandes fortunas oriundas de grandes dadores de esperma, talvez multimilionários a quem exigiremos um quinhão da herança ou descendentes de uma famosa top model que, por um capricho cheios de zeros, resolveu vender um maravilhoso e bem feitinho ovócito “má fortuna, amor ardente?” A questão está em saberemos ao certo a quem chamar pai e a mãe. Sabemos quem nos criou não quem nos gerou… enquanto isto a adopção continua a demorar e a demorar para além de todos os prazos aceitáveis, enquanto milhares de crianças aguardam pelo futuro nas mãos eficientes, ou nem por isso, das famosas técnicas da segurança social.

Ignorado o referendo de mais de 70 00 cidadãos nacionais nos quais eu me incluo, entrámos finalmente no negócio sujo da venda de material genético, da esperada trafulhice de bastidores, da ganância do vale tudo, ignorando o valor da família, do pai e mãe legítimos a que todos temos direito. Mais uma vez quer-se mostrar que esta é a sociedade moderna dos meninos mimados que batem o pé pelo direito que sonharam quando leram os contos de fadas e lhes prometeram um casamento longo e duradouro cheio de filhos e um “felizes para sempre” carimbado na testa. Infelizmente não é assim, nem nos cabe a nós, sábios ou apenas seres humanos desejosos de procriar, forçar a natureza a funcionar a 100% como vem no manual de instruções. Insistimos em contraria-la com leis, projectos de lei, clínicas e sabedoria cientifica, mas, de lado fica tudo o resto, embriões a quem decidimos friamente o destino, compras e vendas sabe se lá para que fim … Sabe- se lá também para que fim servem estas linhas… Para quê este meu mau feitio? Se a mim, não me ouvem, a 70 00 portugueses também não, muito menos ouviram a voz das crianças que esperam todos os dias para serem adoptadas, veremos a quem vão ouvir afinal! E decidam-se as prioridades.

Quem não tem voz

Daqui por uns anos nada nos garante que Eça de Queiroz não venha a ter razão na sua conspiração / premunição do incesto: casaremos irmãs com irmãos, filhas com pais biológicos, mães com filhos (Édipo! Cá está ele de novo, imbuído do verdadeiro choque tecnológico) quem sabe? Seremos potencialmente herdeiros de grandes fortunas oriundas de grandes dadores de esperma, talvez multimilionários a quem exigiremos um quinhão da herança ou descendentes de uma famosa top model que, por um capricho cheios de zeros, resolveu vender um maravilhoso e bem feitinho ovócito “má fortuna, amor ardente?” A questão está em saberemos ao certo a quem chamar pai e a mãe. Sabemos quem nos criou não quem nos gerou… enquanto isto a adopção continua a demorar e a demorar para além de todos os prazos aceitáveis, enquanto milhares de crianças aguardam pelo futuro nas mãos eficientes, ou nem por isso, das famosas técnicas da segurança social.

Ignorado o referendo de mais de 70 00 cidadãos nacionais nos quais eu me incluo, entrámos finalmente no negócio sujo da venda de material genético, da esperada trafulhice de bastidores, da ganância do vale tudo, ignorando o valor da família, do pai e mãe legítimos a que todos temos direito. Mais uma vez quer-se mostrar que esta é a sociedade moderna dos meninos mimados que batem o pé pelo direito que sonharam quando leram os contos de fadas e lhes prometeram um casamento longo e duradouro cheio de filhos e um “felizes para sempre” carimbado na testa. Infelizmente não é assim, nem nos cabe a nós, sábios ou apenas seres humanos desejosos de procriar, forçar a natureza a funcionar a 100% como vem no manual de instruções. Insistimos em contraria-la com leis, projectos de lei, clínicas e sabedoria cientifica, mas, de lado fica tudo o resto, embriões a quem decidimos friamente o destino, compras e vendas sabe se lá para que fim … Sabe- se lá também para que fim servem estas linhas… Para quê este meu mau feitio? Se a mim, não me ouvem, a 70 00 portugueses também não, muito menos ouviram a voz das crianças que esperam todos os dias para serem adoptadas, veremos a quem vão ouvir afinal! E decidam-se as prioridades.

quarta-feira, maio 10, 2006

Venham elas!

Será possível ver um ilustre deputado da nação a jogar à pancada com o mecânico do seu iate num bar da marina de Cascais? Tudo isto porque o dito deputado não pagou uma, duas, três facturas que o mecânico diz ter a haver e que teria já sido um castigo para que emitisse as ditas facturas pois, o deputado em questão fazia questão de receber tudo e tudo passar por baixo da mesa, sem facturas, nem papeis, nem recibos, nem nada?

Toda esta história recambulesca leva-nos a suspeitar do pior. Sem que ninguém saiba quem tem razão, se o iate navega ou não, se houve pancadaria ou não, se as notas passaram ou deveriam ter passado por vontade de uma das partes por baixo da mesa, ou não, quantas eram e de onde vieram? Ninguém sabe nem importa. A comunicação social explora e extrapola o mais que pode de maneira que todos ficamos sem saber uma única destas respostas. E aliás nada temos, nós povo que elegemos o dito deputado, com isso. Mas uma coisa é certa – é feio e muito feio assistir ou ser informado de uma cena de cowboys numa tasca em Cascais que suja ainda mais a imagem dos nossos deputados; este, segundo creio, numero 3 da lista do PSD. É feio e triste e faz-me mais uma vez ter vergonha de ser portuguesa.

Que venha o Ramalho Ortigão inspirar-se neste parlamento do século XXI e daí tecer as suas bem fadadas farpas. Venham elas que são merecidas!

quinta-feira, maio 04, 2006

Que responsabilidade social?

Numa altura em que o próprio Presidente da República invoca a inclusão social como chave para o desenvolvimento de Portugal, vale a pena reflectir sobre o papel da responsabilidade social que vai nascendo no povo português sempre capaz de dar uma “mãozinha” aos outros.

Há de facto entre as nossas empresas uma crescente vontade de ajudar ( ou de despistar lucros e assim fugir ao fisco). Há já muito que batalho pelas mais variadas causas e constato que posso agora em 2006 gabar-me de serem ínfimas ou nulas as “ tampas” que levo quando vou “ pedir” em nome de alguém que precisa. A todos muito obrigada! Queria sublinhar aqui a genuína vontade das empresas portuguesas de aderiram ao “so called” marketing social. É bom para quem precisa, muito bom mesmo! Sem todas as nossas “ madrinhas e padrinhos” das mais variadas causas, a bola gigante que queremos empurrar, não sairia do sítio.

Mas já quando falamos de voluntariado pessoal, não empresarial, a porca troce o rabo! Todos nós nos sentimos melhor com a nossa consciência quando ajudamos. A eterna alma escutista de ajudar uma velhinha a atravessar a rua e assim cumprir o juramento solene de uma boa acção por dia, no mínimo, garça entre muitos de nós. Mas, já lá vai esse tempo e a nossa alma escutista vai esmorecendo. Importa ajudar, mas menos pelos outros do que para nos sentirmos bem connosco mesmo. Há lá afinal causa mais egoísta? Será que a única verdadeira razão é a nossa própria paz interior? Tipo relaxe como quem sai de uma aula de ginástica, “que bom hoje fui útil ajudei esta e aquela instituição dei colo, dei mimo, dei de comer”? O pior é a irresponsabilidade de tudo isto. Os portugueses comprometem-se a estar das 4 às 5 por determinada causa social e lá se apresentam uma, duas, três vezes mas à quarta – “Desculpe, hoje não vai dar… tenho a minha irmã, a mãe, o papagaio, o periquito, uma compra inadiável, a costureira…” e que se amanhe a causa que conta com a pessoa x para o primeiro turno e a pessoa y para o segundo turno. “ tipo, quem dá o que tem a mais não é obrigado. E nesse “mais não é obrigado” cresce de repente um branco angustiante… aquela criança a precisar de colo, o idoso a precisar de uma consulta… mas enfim os voluntários são voluntários, por conseguinte falham e tornam a falhar… paciência o que é que se pode fazer? Nada. Responsabilizar os portugueses um por um que a causa que defendem não é a própria mas a dos outros, responsabilidade devia ser a primeira das palavras do dicionário antes de Ajuda que começa por A que devia ser a última depois de cumpridas muitas outras, o E de egoísmo, o G de gratificação e o P de pessoal. Chega de brincar ao voluntariado! Creio ser possível de facto empurrar a bola gigante a que Cavaco e Silva chamou e muito bem de inclusão social, mas para lá chegarmos, todos muito “disponíveis” somos ainda poucos.

sexta-feira, abril 21, 2006

Basta!

Não é possível que a lei da adopção continue a deixar armazenar crianças como até aqui. Basta olhar para as comissões de protecção e as extensas listas que cada uma tem em cima da secretária como casos pendentes; basta abrir o noticiário da noite; basta confrontarmo-nos com o país real, a morte real de crianças que teriam outra sorte não fosse o país onde ousaram um dia nascer… Basta! Enquanto as técnicas de segurança social se importarem mais com o verniz das unhas e com todos os pontos e vírgulas da lei, enquanto a bica e o nata a meio da manhã lhes foram imperativos, enquanto a insensibilidade lhes continuar a corroer os corações e o sangue que lhes corre nas veias for à prova de emoções e de factos “triviais” como o futuro de uma criança que embora não pareça está exclusivamente dependente das mãos destas senhoras doutoras, a coisa vai a mal. E estou ser branda, muito branda até… porque raio uma “tia” de Cascais imatura, desorganizada, emocionalmente, instável e divorciada mas com as algibeiras a abarrotar de euros conseguiu em tempo record adoptar 4 crianças pequenas (não outras já rejeitadas pela idade avançada que conseguiram entretanto somar, o que as crucifica a permanecer até a maioria numa instituição) e, uma outra família, cuja mulher é uma honesta empregada doméstica com um casamento estável de 15 anos, a viver do seu ordenado e das poupanças que entretanto conseguiu reunir, vê-se privada do sonho legítimo de adoptar uma criança? Já lá vão mais de 6 anos e nada? Porquê? Está por aí algum por me saiba responder? Por estas e outras é que tenho muitas vezes vergonha de ser portuguesa.

quarta-feira, abril 12, 2006

Chumbo fatal

É incrível mas é verdade. Um verdadeiro chumbo. Parece que o único propósito dos examinadores de condução antigamente chamados pomposamente de “engenheiros” é chumbar o desgraçado do aprendiz que nutre um único e legítimo desejo de finalmente possuir carta de condução. Mas não! Alguém lhes deve ter dito que o país não precisa de mais perigosos abutres criminosos ao volante, por isso toca de arranjar todas as formas possíveis de os reter a montante Nunca vi tanta gente ilustre, rapazes e raparigas com as melhores notas nos exames nacionais de 12º ano a chumbaram não uma, nem duas, nem três, mas cinco vezes num mero e simples exame de código para o qual só é preciso simplesmente a antiga quarta classe. Algo vai mal nesta imensa negociata…cada exame custa mais de 270 Euros para a condução e cerca de 150 para o código, fora as aulas, fora a ansiedade, fora as horas consumidas frente ao computador a fazer testes e mais testes. Como sou altruísta, digo mesmo que melhor seria pensarem em retirar-me a carta, a mim que nem uma única pergunta acerto nos testes de código e sou um verdadeiro pé a conduzir, do que ao meu filho, que chora como uma criança pequena depois de um imenso esforço e treino de mais de cem testes. “Quero desistir! Desisto de tirar a carta”. Não está certo! Hoje os exames de código não são mais do que imensas ratoeiras que não interessam nem ao menino Jesus e que visam apurar mais as competências linguísticas e a capacidade de aplicar regras de interpretação da língua portuguesa do que a capacidade de aplicar regras de transito. E quanto à condução nem falar! Os examinadores são treinados em elevar o nível de ansiedade e nervosismo do examinado, sobretudo se o desgraçado for mulher e se tiver a suar das mãos. A bem da segurança rodoviária que obviamente todos prezamos, tudo é permitido: balançar os dedos no tablier, suspirar e abanar a cabeça que, como se sabe, acalma bastante o examinado durante os 40 minutos de suplício que dura a prova. Segurança rodoviária começa pela verificação das manobras perigosas e excesso de velocidade por este país fora e de um controlo eficaz aos elevados consumos de álcool sobretudo pelos jovens. Penalizar quem nunca pecou, é um aluno aplicado e ousa sonhar, caramba! Cortar as pernas assim só mesmo num país sem coração, sem estímulo e assolapado pelo puro prazer do mais idiota, descabido e despudorado exercício da autoridade.

terça-feira, abril 04, 2006

Estado de Choque

Estamos na era das novas tecnologias, melhor do prometido choque tecnológico amplamente anunciado pelo Eng.º José Sócrates - O estado do Choque. Já sentimos a terra a tremer, os cabelos electrizados, as pontas dos dedos doridas de tanto navegar a caminho das prometidas Novas Tecnologias (NT) – Computadores no 1ºciclo, (enfim… hum… pelo que sei muitos deles continuam com bonitos naperons de crochés e jarros de flores em cima), acções de formação para professores (bem precisam, sim senhora!) bolsas de estudo para futuros doutores e por aí fora… mas enfim. Experimentem começar esta era das NTs com um mísero e comezinho problema na internet de casa, da Tv. Cabo, ou de um simples canal 1 da Tv. portuguesa… altas tecnologias é claro! O pronuncio das NTs mas apenas o pronuncio. Desligar um canal, aderir ao novo pacote FuntasticLife, aos canais de filmes da Lusomundo, desligar a box e passar a ter apenas os canais abertos, ou tentar obter mais um modem para a netcabo, tudo missões impossíveis. Atende-nos a menina que nos trata pelo nome próprio, que passa ao chefe, que liga amavelmente à outra empresa que vem assistir-nos no local, que tenta de novo porque nunca consegue à primeira e assim por diante até ficarmos com os cabelos electrizados, não do choque tecnológico mas do choque burocrático-incompetente no pais do Simplex. Nunca menos de 5 a 6 horas perdidas, nunca menos de dez telefonemas, de quinze minutos sem parar, nunca menos de 6 faxes. Ou pagamos e não temos ou não pagamos e temos, correndo o risco de munidos de um acesso de fúria matarmos o canário, partirmos a dinastia Ming do armário da sala, divorciarmo-nos do marido – sempre o culpado maior – ou puxarmos o cabelo ao filho até ao chão... Entendam se Senhores – porque nos dais tanta dor porque padecemos assim? O trabalho começa em casa…antes de voarmos mais alto como cidadãos portugueses de impostos em dia, pretendemos que o choque tecnológico comece na profissionalização, competência, rigor e rapidez de tudo o que a bem da qualidade de vida nos entra em casa… por favor! Ponham, ordem no assunto, o estado neste momento não é o prometido Estado do Choque mas o verdadeiro e demolidor da paciência humana Estado de Choque!

quarta-feira, março 22, 2006

Funcionários públicos, para que vos quero?

Mas porque raio toda a gente considera um supremo acto de felicidade não fazer a ponta de um corno? Funcionários públicos a suspirarem, cozendo as horas de labuta ao forro do casaco, distraindo-se em resorts turísticos na net deliciados com palmeiras verdejantes e baías de golfinhos insultando os minutos porque tardam a passar. Não valeria mais ficarem em casa? Que poupança representaria para os cofres do estado? Não gastavam horas de Internet, chats e mails piadéticos, poupava-se em telefonemas para o telemóvel da avozinha, da empregada, da colega e do médico; não teriam oportunidade de fazer tantas asneiras, não gastavam água e luz e o país progredia na mesma, provavelmente mais. De resto convenço-me que é nas repartições públicas e municipais que mais se consomem revistas cor-de-rosa, sites exóticos, baixas fraudulentas, psicológicas e afins, iogurtes magros, garrafas de água e maças verdes. É nas repartições públicas, viciantes e asfixiantes, destas que demoram 3 meses a vomitar uma simples licença de habitação daquelas clarinhas sem problemas de nenhuma ordem, que mais elevado é o gozo do tédio, mais agudas as reivindicações, mas se apregoam os direitos individuais e colectivos, mais intensa a calhandrice, mais curtas as horas. É nas repartições publicas que os chefes são mais violentamente odiados, o trabalho mais adiado, os fins-de-semana mais ampliados, suspirando por eles desde segunda de manhã; é nas repartições públicas que mais café se consome, piores são as línguas e mais demorados os almoços.

Pergunto o que de resto nunca ninguém me soube ainda responder: para que servem
700 000 macacos num país de 10 milhões de habitantes? Só a título de comparação – na Suécia o Ministério de Educação conta apenas com 60 empregados incluindo o ministro, mas no nosso querido país da bem aventurança… do clima ameno e dos empregos garantidos … quantos mais, melhor! Deveres? Nem de pequenino!

sexta-feira, março 10, 2006

Seguros para que vos quero?

Isto é de gritos. Pagamos os seguros com língua de palmo e nunca estamos verdadeiramente seguros, pagamos alarmes contra intrusão de ladrões, contra incêndio e outras maleitas domesticas e nada … nunca ninguém nos acode, nos dá colo e nos ampara na desgraça, não serve para nada a não ser para quem nunca venha a ter “ in a life time” problemas deste género.

Senão vejamos:

1. Seguros – Tive um pequeno acidente no estrangeiro na prática de desporto, pensei para salvar as férias – vou ao médico faço fisioterapia, tomo anti inflamatórios potentes, guardo o recibo e o seguro cobre tudo. Até fiz um seguro especial, o seguro do seguro e ainda mais um extra para além de ter pago a estadia com o cartão Visa que tem por inerência um seguro de viagem. Tudo isto a jogar pelo seguro para ter a certeza que nenhum imponderável me iria apanhar desprevenida. Depois de ter recuperado do susto pus-me ao telefone de Itália com a menina: “ estou a falar com… --…Sr.ª Dona Maria João, pois Sr.ª Dona Maria João, lamentamos mas infelizmente não podemos cobrir os custos foi socorrida na altura? Não, pois tem de compreender que só cobrimos se tiver o formulário cor de rosa de socorro no local do acidente! Claro. Compreendo. Não chamou a polícia…” – Polícia por um acidente que tive sozinha na prática do meu desporto favorito? – “Sinto muito, Sr.ª Dona Maria João, lamento mas não a podemos ajudar”. Ok! Pela negligência de não ter chamado a polícia nem ter preenchido o formulário cor-de-rosa lá vão mais de 2000€.

2. Seguros ainda – fui excluída da minha companhia de seguros de automóveis por ter dado três míseros toques em parceiros de condução e por te tido o azar de me furarem os quatro pneus quando algum inimigo me resolveu chatear. Seguro? Para nada, rigorosamente para nada mais 2000€.

3. Alarme contra intrusão – o vento empurrou uma porta da minha casa, no dia em que nevou em Lisboa, o alarme, pouco habituado a estas intempéries, sabe-se lá porquê disparou. Ora eu estava a ver a neve, não em casa, mas algures fora de Lisboa. Isto passou-se dia 29 de Janeiro, Domingo. Eis senão quando a polícia, munida duma contra ordenação não para me levar presa nem para ficar com os meus bens, mas para que eu pagasse uma avultada coima, resolveu ir bater-me à porta na sequência do disparo do alarme, apenas ontem dia 8 de Março! Ok eu sei que o ritmo da PSP não é o mesmo ritmo dos larápios, nem do vento, nem da neve que personalizou este ataque inesperado a minha casa. Mas, caramba! eu sou um simples munícipe, pago os meus impostos a horas certas, a conta da empresa de segurança contra intrusos, a apólice do seguro por inteiro e sem refilar e nada, mas rigorosamente de nada me salva…

Ainda dizem que tenho, temos, porque não deve ser só comigo, mau feitio…

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Impensável

Impensável o que me vêem contando sobre o1º ciclo do ensino básico. Impensável que pensem, acreditem e ajam em conformidade, na a resignação de quem não tem sangue vivo a correr no corpo, com o facto de haver crianças de 1ª e crianças de segunda. Impensável quando as senhores directoras dos colégios particulares, do alto dos seus saltos, arrastando as suas vocês de tias “ready made”, exigem às mães, mães, que trabalham que se desunham numa correria ciclópica, para não se esquecerem de mandar o chauffeur ao colégio trazer o cheque. A mãe acha que não percebeu bem. “O chauffeur? Cá em casa o chauffeur sou eu!!! “ Impensável, parece cartoon, a infelicidade de um bom cartoon… mas, de pequenino se torce o pepino! Nesse mesmo colégio particular foi pedido a uma criança do 1º ano que explicasse à professora em duas frases qual a importância de aprender a escrever. A menina pensou dois segundos e, sem hesitações, lá explicou: para a mãe escrever recados à empregada e cartas quando está na neve. Impensável! Eis sem dúvida duas boas razões para aprender a escrever. A mesma pergunta foi feita por uma psicóloga do ISPA a um grupo de crianças de um bairro problemático em Chelas ( Lisboa), a resposta esteve na mesma ordem de grandeza – para ler os avisos da policia quando estou sozinha em casa e os meus pais estão presos…Impensável. Gostaria de saber se posso ter a veleidade ou talvez o romantismo de sonhar que estes dois mundos à distancia de umas centenas de metros vão alguma vez coexistir pelo menos no bom senso dos professores fora das grades da burocracia em que ainda vivem as famosas Comissões de Protecção de Crianças em Risco . Talvez nessa altura me possa rir dos recados que mandam aos pais de cada vez que no dito colégio há uma epidemia de piolhos. O texto que em chegou era Ipsis verbis o seguinte: “ Meninas…os “piquenos” estão outra vez com “ aquilo”na cabeça, por favor lavem bem lavadas com shampoo próprio as cabeças dos “piquenos”…Impensável? Já não sei em que mundo vivo, se no dos cartoons, ou no da triste poeira das ruas. Se não fosse tamanho ódio a minar o riso dos povos, seria bem mais fácil viver a rir dos outros, porque a realidade, sobretudo para quem ainda tem menos de um metro de vinte de altura, dói que se farta.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ainda o Natal

Têm passado pelo Terreiro do Paço? Que lindo! Hoje dia 30 de Janeiro, a estrutura metálica da famosa árvore de Natal do Millennium BCP continua imponente a dominar aquela zona dos subúrbios de Lisboa onde de facto, ninguém passa. Ou quem passa não vê! Pior, os seus artífices que estão há 30 dias a tentar demovê-la daquele local inóspito, atacam sandes de paio e Super Bocks bem geladas escalando a própria estrutura da árvore, quais andaimes de Jesus Christ Superstar, sem pressa para nada, uma vez que Cristo nasce e ressuscita todos os anos. É este o País que temos. É esta a maior praça mais imponente e deslumbrante de uma capital europeia. Só um povo como o nosso permite os mais variados ímpetos comerciais de um banco privado, como permite a demora imperial em fazer desaparecer o mamarracho de ferro antes do próximo Natal. Notável. Devo ter lido pelo catecismo errado. Para mim o Natal é sobretudo tempo de dar aos outros, não de receber, de recolher, de amealhar euros nas caixas fortes do banco. Que outro intuito se não o comercial teria o BCP? Aproveitar a quadra para ajudar realmente quem mais precisa na cidade? Centenas de crianças, de idosos, de pessoas sós? Ou encaixar à conta da maior árvore de Natal da cidade, que já por si deve ter custado uma fortuna, um cem número de novos adeptos? E que tal distribuir esse montante transformado em ferro e luzes pelos outros? Os OUTROS com maiúsculas? De facto parece-me que há mesmo quem não distinga Natal de Carnaval.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Que Cansaço!

Se eu mandasse neste país proibia outdoors políticos. Estamos fartos até à raiz dos cabelos das carantonhas dos nossos manda-chuvas, a decorarem Lisboa em cada esquina ou semáforo vermelho. E quanto custam os retratos? Quantos milhares de euros para nos venderem, não as ideias, nem os projectos, mas simplesmente a fronha da cada um? Quantas escolas, hospitais, estradas sem portagens inflacionadas pelo IVA , ficaríamos a ganhar? Venha alguém com coragem que, de uma vez por todas, faça “delete” nas poses dos candidatos que nos cansam os olhos e a mente e proponha outras formas de convencer a malta – debates, panfletos, tempos de antena mais alargados, colóquios, comícios, o que se quiser! O País inteiro feito caderneta de cromos a pretexto das europeias, legislativas, autárquicas, presidenciais é muito maçador! E onde estão agora os nossos canteiros com flores, as varandas dos prédios, as fontes das vilas, as esquinas de onde se espreitava o rio? Onde estão as estradas de sobreiros, as planícies alentejanas, os caminhos da praia desertos de ideias e de slogans amachucados que nos aceleram o pulso? Estamos fartos, caramba!

Não me admira que se tentem suicidar da Ponte 25 de Abril abaixo. Com o devido respeito pelas psicoses de cada um, mas, se calhar quem o fez , ou tentou fazer, também já não aguentava mais cumprimentar estes senhores todos os dias. Tédio, repulsa, cansaço de um rectângulo forrado de posters, qual refúgio de adolescente de acne e voz às fífias.

Outra coisa que me cansa são os polícias. Cansam-me e saem-me caros! Sou rebocada/ multada /bloqueada, todas as semanas. Vou eu no meu mais nobre propósito profissional (ainda se fosse flanée, mas não) e zuca andam à procura do meu carro mal estacionado, com uma lupa. Sei que andam. Cumprimento todos os dias o agente da Polícia Municipal que já me dispensou de apresentar os documentos - conhece-os de cor e salteado – “coitadita da senhora, também é azar, valha-me Deus” - sonso! Deus não é chamado á esquadra destes sonsos! Desconfio que é ele próprio que já me decorou e me persegue pelos mais recônditos passeios e esquinas para me desafiar, julgando que desisto…não me vencem, garanto-vos. A minha amiga Margarida ficou sem carta por estar a falar ao telemóvel numa fila parada entre Sintra e Lisboa. Pagou 120 € de multa e mesmo assim, tal era o crime , não fosse ela fugir ou repeti-lo, rapinaram-lhe o direito de conduzir. Como mora em Sinta e trabalha que se desunha pelas crianças nos hospitais acho que conseguiram o pleno. Parabéns! E já agora: Continuem impávidos a deixarem as nossas crianças serem atropeladas , roubadas, maltratadas em frente às escolas particulares ou públicas enquanto andam de Tom e Jerry numa gincana por Lisboa, escondidos atrás dos contentores de lixo e dos cartazes dos nosso heróis, à procura do meu carro …

terça-feira, janeiro 17, 2006

. Hospitais - Uns Esperam, outros Deseperam

Pode não ser um tema apropriado para as primerias "frase da lua" mas fica a reflexão do estado caótico da saúde em Portugal. O meu dia de hoje dividido em três fases - frases - Hospitalares

1. Morre um jovem de 17 anos no Hospital Pulido Valente vitima de uma doença rara. A família a braços com o luto, a perda e a dor debata-se com o problema logístico de não ter possibilidadade de cremar o corpo do filho, uma vez que na CML o crematório não tinha vaga se não lá para o fim da semana. Valeram as "cunhas" e as pessoas colocadas nos sítios chave. O problema dos portugueses é uns terem a quem recorrer, outros recorrerem à ineficácia e à burocracia estatal. Os primeiros esperam os segundos desesperam. A isto chamamos igualdade de oportunidades.

2. Já alguém visitou - com olhos de ver - o Hospital Reynaldo Dos Santos em Vila Franca de Xira? Pois se gostaram do Lisboa - Dakar - este não lhe fica atrás.Um labirinto de ruelas mal alcatroadas para se lá chegar. O parque de estacionamento, em terra batida, lama, folhas e pedregulhos desfia a paciencia do condutor do mais poderoso jeep, que anseia já por um final feliz. A sala de espera que aguardamos ansiosmente depois da aventura da "aterragem" da nave em terreno inóspido, não terá mais de 30, 40 metros quadrados, sendo que no mínimo está ocupada em permananencia por quase cem pessoas, crianças inclusive...
Às três da tarde não avistei úma unica enfermeira. Pedi uma informação às empregadas da limpeza, que me rugiram algo entre dentes e... foi tudo... Fica aqui um alerta à Senhora Presidente da Câmara de Vila Franca e ao Governo, em especial ao Ministério da Saúde. Ota , TGV que mais ? Para quando este novo Hospital que serve quase todo o Ribatejo. Há pelo menos dez anos que não passa do plano? Uns esperam... outros desesperam...

3. Num Hospital Particular em Lisboa, uma pessoa de famíia teve de se sujeitar a uma pequena intervenção cirurgica. Tendo essa pessoa uma vida profissional muito activa, lá fez das tripas coração quando o médico a avisou que teria de permanecer no dito hospital pelo menos uma noite, visto tratar-se de uma anestesia geral. Foi-lhe também dito que no dia da intervenção teria de se dirigir ao "local do crime" às sete e meia da manhã, em ponto! A custo lá se convenceu, adiando todas as reuniões do dia e, às sete e meia da manhã, pontualmente apresentou-se ao " serviço". Pois não é que esperou em jejum, sem ter visto vivalma a não ser um enfermeiro que lhe veio medir a tenção, das ditas sete e meia da manhã até às quatro e meia da tarde - nove arrastadas horas - altura em que chegou uma maca apressada que apressada o levou para o bloco! No dia seguinte a história repetiu se. " Pode sair às oito e meia da manhã"... a esperança é a última a morrer e, lá esperou o dito convalescente até às 13H30 para finalmente o médico, que prometeu vir de madrugada, lhe dar alta. Uma questão de timmings. O timming dos médicos particulares dos hospitais particulares é diametralmente diferente dos não- médicos pessaas comuns, comuns mortais como nós. Contra a ansiedade não há ainda remédio que se prescreva. Uns esperam... outros desesperam...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Dance with the Devil

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'Have you ever danced with the devil in a pale moonlight?' ...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

"Open wide your door now, 'tis the god of love"

Pierrot cried in answer by the pale moonlight
"In my bed I'm lying, late and chill the night
Yonder at my neighbor's, someone is astir
Fire is freshly kindled - get a light from her."

To the neighbor's house then by the pale moonlight
Goes our gentle Lubin to beg a pen to write
"Who knocks there so softly?" Calls a voice above
"Open wide your door now, 'tis the god of love"

Seek they pen and candle in the pale moonlight
They can see so little, dark is now the night
What they find in seeking, that is not revealed
All behind her door is carefully concealed

Antiga canção tradicional.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Que te quero

Não me canso de estender as mãos à Lua
na esperança de um dia a tocar.